Cultura

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Os primeiros grandes eventos culturais do século XX aconteceram em 1901: a fundação da Academia Rio-Grandense de Letras agregando muitos jornalistas, poetas e escritores, como Caldas Júnior, Marcelo Gama, Alcides Maia e Mário Totta, e a realização de outra exposição geral em Porto Alegre, com 3 mil expositores exibindo as tecnologias mais modernas e os produtos que moviam a economia. Logo em seguida se fundou o primeiro museu do estado, o Museu Júlio de Castilhos, criado em 1903.[13] No mesmo ano ocorreu o primeiro evento inteiramente dedicado às artes, o Salão de 1903, promovido pela Gazeta do Commercio. Este salão, segundo Athos Damasceno, foi "o primeiro certame a dar às artes do Rio Grande do Sul um estatuto de autonomia (…) legitimando-as como objeto de aprovação e distinção social"[2]. Outro marco foi a fundação de várias faculdades em Porto Alegre - Medicina, Química, Farmácia, Direito e Engenharia - e mais do Instituto Livre de Belas Artes, incluindo cursos de música e artes plásticas, que concentraria a produção de arte na capital e seria no estado inteiro praticamente a única referência institucional significativa até meados da década de 1950 nos campos do estudo, ensino e produção de arte[14] Pelo Instituto passaram alguns do nomes mais notórios da pintura local desse início de século, como Pedro Weingärtner, membro de bancas de avaliação, junto com Oscar Boeira, Libindo Ferrás, João Fahrion e alguns mestres estrangeiros, professores contratados.[2] Também despontaram mais nomes de peso na literatura e na poesia, como Augusto Meyer, Dyonélio Machado e Eduardo Guimarães, além de a atividade da Biblioteca Pública do Estado, reinaugurada com grandes ampliações em 1922, contribuir significativamente para dinamizar as letras locais[15]
Na música se destacaram as atividades do Club Haydn de Porto Alegre, organizando muitos recitais divulgando autores europeus e brasileiros, e complementando as temporadas do Theatro São Pedro, onde se apresentaram astros como Arthur Rubinstein e Magda Tagliaferro e se encenaram as primeiras óperas gaúchas, Carmela, de José de Araújo Viana, e Sandro, de Murillo Furtado. Companhias teatrais e de ópera circulavam com frequência pelos teatros do interior, pequenos conjuntos vocais e instrumentais de repertório erudito já existiam em várias cidades, e se percebia a consolidação de expressões musicais regionalistas e populares dos hispano-portugueses, dos negros e dos descendentes de imigrantes em suas colônias[16]. Também é de destacar o ensino qualificado ministrado pelo Instituto de Belas Artes, onde atuavam o mesmo Viana junto com Tasso Corrêa, Olinto de Oliveira e alguns outros mestres[14]. O cinema tornava-se uma moda muito popular [17] e o esporte já contava com clubes como o Grêmio e o Internacional, que seriam grandes forças no futebol brasileiro anos mais tarde[18].
REFERÊNCIAS
  1. César, Guilhermino. As Raízes Históricas. In Editora Globo (ed). Rio Grande do Sul: Terra e Povo. Porto Alegre: Globo, 1964
  2. Damasceno, Athos. Artes Plásticas no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Globo, 1970
  3. Costa, Eimar Bones da (ed). História Ilustrada do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Já Editores, 1998
  4. Quevedo, Júlio. História Compacta do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Martins Livreiro, 2003
  5. Holanda, Sérgio Buarque de (org.). História Geral da Civilização Brasileira. São Paulo/Rio de Janeiro: Editora DIFEL, 1976.
  6. Suess, Paulo. O anti-herói Sepé Tiaraju. Conselho Indigenista Missionário. 10 de fevereiro de 2006
  7. Flores, Moacyr. Guerras e conflitos no Rio Grande do Sul. Cadernos de Cultura do Memorial do Rio Grande do Sul
  8. Xavier, Paulo. A Estância. In Editora Globo (ed). Rio Grande do Sul: Terra e Povo. Porto Alegre: Globo, 1964
  9. César, Guilhermino. Primeiros Cronistas do Rio Grande do Sul: 1605-1801. Porto Alegre: EdiUFRGS, 1998
  10.  Lisle, James George Semple. The life of Major J. G. Semple Lisle: containing a faithful narrative of his alternate vicissitudes of splendor and misfortune, Piccadilly: W. Stewart, No. 194, opposite York House, 1799, 382 pp.
  11. Saint-Hilaire, Auguste de. Viagem ao Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Martins Livreiro, 2002
  12. Macedo, Francisco Riopardense de. Porto Alegre: Origem e Crescimento. Porto Alegre: Prefeitura Municipal, 1999
  13. Museu Júlio de Castilhos - um século contando a história gaúcha. Revista Museu (em português).
  14. a b Simon, Círio. Origens do Instituto de Artes da UFRGS - Etapas entre 1908-1962 e Contribuições na Constituição de Expressões de Autonomia no Sistema de Artes Visuais do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: PUC, 2003.
  15. a b c Franco, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre. Porto Alegre: EdiUFRGS, 2006
  16. Corte Real, Antônio. Subsídios para a História da Música no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Movimento, 1984
  17. Cine Theatro Capitólio Memorial na página do IPHAE (em português).
  18. A história do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense Portal Oficial do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.
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  20. Lagemann, Eugênio. O Banco Pelotense & o Sistema Financeiro Regional. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985
  21. Eskinazi, Davit. A arquitetura da exposição comemorativa do centenário da Revolução Farroupilha de 1935 e as bases do projeto moderno no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 2003
  22. Ribeiro, Cleodes. Festa e Identidade: Como se fez a Festa da Uva. Caxias do Sul: UCS, 2002.
  23. Mostra Revista do Globo 1929 - 1939. Exposição virtual. Ex-Libris (em português).
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